às vezes acho que a minha vida dava um blog.
sem posts.
as palavras são sempre curtas e levianas para dizer o quanto as coisas e as pessoas contam.
todas e de forma tão diferente.
às vezes acho que a minha vida dava um blog.
sem posts.
as palavras são sempre curtas e levianas para dizer o quanto as coisas e as pessoas contam.
todas e de forma tão diferente.
estou um bocadinho farta do blog.
lamurioso, entediado, desorientado...
tão semelhantezinho a este momento da minha vida.
blogs sem piadas não têm piada, não melhoram o dia de ninguém, muito menos de quem o escreve.
e este está sem piada e sem conteúdo.
e na verdade não é só isso.
estou também um bocadinho farta de tudo o resto, principalmente, de pessoas.
estou a ser injusta com algumas, porque não vivia sem elas, mas estou até a ser muito graciosa com outras.
estou farta de segundas personalidades, segundas intenções, segundas caras, segundos interesses... pessoas de segunda.
e peço apenas para ter força para saber superar de forma airosa esta situação.
saber dizer o que tem que ser dito no momento certo.
(e estou sobretudo muito surpreendida comigo própria por estar a reagir assim às reacções dos outros.)... como tal há toda uma reflexão a fazer, neste momento.
por mais que estique os lábios não consigo ter um sorriso direito...
mas o real problema, esse, ficou resolvido...
ahahahahah (sorriso digital torto)
imagem da Internet
imagem da internet
eu acho que, hoje, procurei involuntariamente miminhos da mamã quando fiquei com dor de dentes.
a verdade é que doía imenso mas, nada me tira a certeza de que o meu organismo emitiu sinais ao cérebro para me dar desconforto dentário, de forma a que eu me manifestasse, para, afinal, matar a tristeza e desmotivação com um simples sorriso e atenção maternal "deixa cá ver isso".
isto é sério. e devia ser alvo de investigações científicas cuidadas.
ou porque é que acham que o centro de saúde da minha área de residência está sempre lotado de pessoas reformadas e solitárias?
de uma forma ou de outra, todos procuramos o mesmo.
Curioso, o facto das palavras "anos" e "bons"
se escreverem com as mesmas teclas de sms
com que se escreve "amor".
(Parabéns Careca ;))
precisei de muito tempo para perceber que o tempo muda as pessoas que se deixam afectar pelas suas circunstâncias - quase sempre irremediavelmente, muitas vezes de forma amarga - quanto mais for pesada a circunstância e menos leve for o coração.
precisei deste tempo para saber que nada volta a ser, do que já foi; para me desiludir; para acreditar que não conheço verdadeiramente ninguém...
e, para acreditar que esta mágoa nunca mais passar.
(E a felicidade deixa de se importar com listas de sonhos por cumprir,
com ausências, esperas e injustiças.)
Basta-me o Sol. A mim.
(O que está hoje. Esplêndido!)
"Carlos tinha a mão de Joaninha apertada na sua; e os olhos húmidos de lágrimas cravados nos olhos dela, de cujo verde transparente e diáfano saíam raios de inefável ternura."
"Viagens na minha terra" - Almeida Garrett
O Kulcinskaia desafiou-me a abrir o livro mais próximo na página 161 e reproduzir a 5ª frase completa.
Não podia ser mais bonita.
Não entendo que se recuse uma amizade porque sim. Não entendo que se atirem palavras como pedras a quem nos apoiou,só porque os planos não correram como queríamos. Não entendo que se culpem, pelo que o destino fez, as pessoas que nunca nos deixaram.
Assim te tornaste...
Deserta, cheia de orgulho.
...ouve, não desisti de ti,
espero que possas ser sempre assim, como achas que podes.
Uma ilha.
imagem da Internet
Criar situações inesperadas. Ver como se resolvem.
Testar meios. Sondar possibilidades.
Hoje vou projectar esforços nulos.
Canalizar energias para cenários irreais.
Provocar acções.
Hoje vou simular, talvez dissimular, inventar e imaginar...
Até chegar ao caos:
um pouco perto mas, suficientemente longe.
E no fim vou limpar o terreno e deixar passar aqueles que pacientemente aguardaram tal concretização.
Vou acenar-lhes.
E vou bater palmas a mim própria, entusiasmadamente, quando acabar.
O maior simulacro jamais realizado no meu ser.
É hoje.
À partida estava desconfiada:
Estranho Caso.
Até ontem eu podia gabar-me de NUNCA ter chorado a ver um filme.
E isso diz tudo sobre este.
Estranho Caso o de Benjamin Button...
(porque se diz que hoje é o dia)
são todos assim...
Vou tentar ser bom marido,
cumpridor.
Mas quero que saibas,
enquanto é tempo,
que em todas as circunstâncias
te troco por um verso.
Miguel Torga
(A Criação do Mundo, V)
uns mais perdoáveis que outros...
eu não lhe disse nada?
não disse, pois não.
como ia dizer?
e agora?
dizer-lhe que a culpa é sua?
minto.
dizer-lhe que a culpa é minha?
que é do tempo?
que é da vida?
que é da crise?
a inocência há muito que foi perdida.
a culpa é geral.
eu não sei falar de coisas más.
ninguém me ensinou.
imagem da Internet
a minha maninha se licenciou.
31 de Janeiro, belo dia hã?
então PARABÉNS Senhora Doutora :)
e agora que venha o trabalho.
conversas em que nada se diz. porque nada é preciso ser dito.
olhar para te mostrar.
calar para te dizer.
sorrir para demontrar.
invocar um momento, num gesto.
hoje será isto.
"Porque nada é mais íntimo e mais indestrutível do que o silêncio partilhado. O silêncio fica porque nunca mente, porque é tão íntimo que não pode ser representado, é tão envolvente que não pode ser rasgado."
Miguel Sousa Tavares - Nunca te deixarei morrei David Crockett
A melhor canção de amor é aquela que se canta no silêncio de um olhar ou de um sorriso partilhado.
Haverá melodia mais intensa do que ouvirmos apenas a respiração de quem amamos? Amor é isso.
Mas a paixao, sim, tem muitas músicas, que sempre passam, mas que marcam uma fase. Lembro-me que quando conheci o Pedro há seis anos haviam muitas músicas para dizer tudo.
Poucas falavam de amor.
Era o tempo do "A rush of blood to the head".
Mas agora já pouco me dizem.
O amor , esse, continua a dizer-me muito.
O silêncio partilhado tem isto de intemporal que a música, muitas vezes não tem.
Por isso chamo-lhes músicas de paixão.
ela olhou-a como se já não a visse há décadas.
no entanto, passara apenas um mês.
chorou.
não correu para ela.esperou que ela se abeirasse.
perguntou porque não veio antes.
a outra não soube disfarçar a falta de motivo.mostrou-lhe o que lhe comprou.contou o que lhe aconteceu. ao segundo dia voltou a partir. jurou ser breve desta vez.
ela soube que não.
e concluiu que as saudades não doem.
pelo menos não tanto como haver a possibilidade de estarem juntas e a impossibilidade de a outra se importar por não estarem.
Mas não quero que o saibas.
Gosto que brinques com as madeixas do meu cabelo enquanto aprecias o meu sono.
Dizes, Maria, que não te perdes por aí...
mas sabes bem...
Dizes que te basta o que tens, mas sentes bem,
... Maria,
que as palavras não são o espelho daquilo que pensas mas,
daquilo que queres que eu pense.
Isto é o PORQUE esperas ansiosamente que dobre a esquina por ti.
Isto é o PORQUE guardas a minha não com os teus dedos firmes,
quando sabes que me vou.
Isto é o PORQUE conservas religiosamente todas as cartas e juras de amor, ...
Sentes, Maria, que não sou teu; quando na verdade, nada o é. Porque as pessoas não pertencem umas às outras...
Não da forma que tu imaginas.
Estou aqui.
E isso, para ti, não
(mas dizes que) basta.
Perdes-te e receias pedir que te achem.
Escondes-te por detrás desse orgulho que te impede, Maria, de ver o que não queres.
Não digas, por isso, que não te perdes...
quando sinto o teu Mundo frágil desmoronar-se em silêncio.
Diz-me antes que te leve ao colo - QUE NÃO ME IMPORTO - até que surja uma outra margem, onde já não tenhas medo de te afogar.
a memória é curta.
reticente.
arrasta-se.
apaga-se.
na sua cabeça há pouco mais que a lembrança do nada. do aqui e agora.
ingrata memória.
quando cresceres hás-de ver com os teus olhos coisas bonitas que a tua memoria guardará num cantinho secreto, que a idade não apague.
quando cresceres vive as coisas como se não tivesses mais memória delas.
é bom lembrarmo-nos das coisas boas...
de ti, de nós, do que somos e do que fomos...
aqui e agora...
quem esquece não conhece nem reconhece... as recordações, essas, partiram para parte incerta. injustamente.
já se disse que a memória não tem memória.
mas que deveria ter.
imagem da Internet
lembro-me do entusiasmo.
das malas abertas ansiosas pelas minhas coisas.
lembro-me dos dias que faltavam.
das noites que faltavam.
dos km's que faltavam.
lembro-me de não ter calma.
hoje não tenho pressa.
faltam ainda dias.
mas as malas já não anseiam.
tenho tempo de arrumar tudo bem dobradinho, porque o mercado de trabalho não desespera por mim.
"é tudo tão fugaz, tudo tão mordaz..."
mas aquilo que trouxe continua a ser menos do que aquilo que levo. e isso é tudo!
Acredito que as pessoas são como os espaços - quando os deixamos por determinado tempo deixam de nos pertencer, no sentido em que deixam de reflectir a nossa presença. Quando estamos longe abrimos os horizontes e, que quando voltamos tudo nos parece pequeno e passado. Ainda que tenhamos saudades...
A falta de um espaço ou de uma pessoa pode permanecer sempre em nós, sob a forma de saudade ou, pode transformar-se em indiferença, quando nos habituamos a conviver com ela.
Não tenho medo de perder aquilo que nunca me pertenceu - mas horror de perder aquilo que em dias, noites, instantes, momentos,... julguei meu, por fazer de mim uma pessoa FELIZ.
Acredito, como Miguel Sousa Tavares "que nada do que é importante se perde verdadeiramente" porque "apenas nos iludimos julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros". Como ele, ...talvez..., eu "não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo poderia ser meu para sempre".
Mas enquanto não for, eu vou pedindo emprestado...
(imagem da Internet)
Quando estou só e, me vêm à memória, momentos felizes, em que o tempo deixa de contar - sinto-me realizada.
Não preciso de mais nada, porque esses instantes de solidão estão repletos de lembranças - estão cheios de gente e de coisas que me fazem acreditar que a felicidade, não só, existe; como depende da forma como apreciamos esses momentos.
Outras vezes estou só e não penso. (NR: muito ao estilo de Alberto Caeiro)
A minha cabeça é um vazio - aprecio o silêncio e o nada.
Estou sedenta de novidade, mas continuo feliz.
(NR: bem, isto está quase a roçar o plágio)
Apreciar, diga-se, não está nos olhos - mas no coração.
____________
Notas de Redacção:(postadas depois da publicação) : por uns tempos acho que vou continuar assim... melancólica - mas é só uma fase)
Acabar qualquer coisa implica o fecho de um ciclo. Daí para a frente ou se estagna ou se iniciam novos começos.
Os que estagnam, rendem-se... baixam os braços... esperam e contentam-se com as sensações que essa espera lhe proporciona. Ou com as lições que o passado lhes proporcionou. Quem espera não tem ambições.
Os que recomeçam, mesmo tendo que desbravar duros caminhos, mesmo que esse início se afigure medonho - têm sempre uma estrela do seu lado. Dos audazes reza a história.
Que tenhamos sempre a coragem de nos aventurarmos pelo futuro...
como disse Miguel Torga:
"Recomeça….
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…"
Miguel Torga
N.R. imagem retirada da web
O Amor anda pelas ruas da amargura... rôto, sofrido, incompreendido e muitas vezes deixado ao abandono...
Não digo isto por achar que já não se ama como dantes - com a impulsividade do desejo refriada pela distância moralmente imposta.
Ainda há distância... Os namoros à janela de casa foram substituidos por paixões à janela da web.
Isto é mesmo assim... mas o amor já teve melhores dias por outras, diversas, razões.
Hoje, é muito fácil detestar, odiar, maldizer, ... É muito fácil virar as costas sem sentir remorsos e mais fácil, ainda, recomeçar...
E não falo apenas de relações amorosas - Amor é entre amigos, pais e filhos, maridos e mulheres, mesmo conhecidos, ... o sr. simpático do café, a srª da mercearia, aquela amiga que teve um dia mau... É fácil culpar a falta de tempo... pela falta de amor. Mas de quanto tempo precisamos para mostrar um sorriso em vez de uma expressão fechada?...
Hoje é dia de S.Valentim... Pois é...
Apercebi-me pelo corredor da florista no hipermercado... As prateleiras dos bombons quase vazias, as promoções em perfumes e lingeries...
Hummm!!!! Aí está a face comercial do Cupido...a flechar toda a gente!
Sabe bem... receber surpresas, não digo que não....
Mas porquê neste dia tão imposto???
Sim, eu também comemorei... mas ontem ;) e todos os dias do ano... mas HOJE NÃO!!!
Amorzinho...desculpa!!!
Hoje ficamos em casa porque lá fora vive-se o amor como não se vive no resto do ano!!!