quando diz que as coisas raramente saem como nós as pensámos e muito poucas vezes como queríamos que saíssem...
pensamos sempre que connosco é diferente.
quando diz que as coisas raramente saem como nós as pensámos e muito poucas vezes como queríamos que saíssem...
pensamos sempre que connosco é diferente.
eu não sou esquisita.
se não me derem coentros na sopa do mar.
(é como mergulhar uma vaca em água do mar até ficar a saber a peixe.
mania de tirar o sabor ao que é saboroso.)
estamos num país livre, democrático, onde todos temos direito a emitir opinião, bla bla bla, bla bla bla... ainda bem.
agora isso é uma coisa, outra coisa é acharmos que estamos sozinhos no Mundo, na rua, em casa... ou que todos os outros têm o dever de nos ouvir.
este facto, e o facto de eu fazer valer a minha opinião num sítio onde as pessoas vêm porque querem, leva-me a vir indignar-me, enfurecer-me e ripostar contra as pessoas - todas as pessoas - que se acham no direito de impor opiniões.
E isto vê-se diariamente. Coisas tão simples como a buzina do automóvel que muitos utilizam como saco de boxe, a bel-prazer como se fossem melhores que o vizinho.
as pessoas que depois de saberem o que pensamos sobre determinado assunto ou determinada pessoa, insistem e persistem na sua perspectiva ignorando a nossa posição.
as pessoas que levantam a voz para se fazer ouvir.
as pessoas que acham que quando lhes perguntamos se está tudo bem queremos saber a lista de infecções, pseudo-doenças e dores que se lhes estão alojadas e não ouvir mais nada que não seja "eu, eu, eu" num acto de egoísmo e egocentrismo.
falar não é só um exercício de comunicação e revela muito de nós.
porque dizemos ou porque nos calamos tem signifcação além do próprio acto de comunicação.
Daí que o respeito ou a falta dele comece nas palavras.
Daí que eu goste tanto de silencio.
eu não digo nem...digo nim.
eu não digo meia...digo mea.
eu não digo teu... digo tê.
... ... ...
mas, há quem diga esvrociado.
Agora diz que o Magalhães faz mal aos olhos.
Anda por aqui tudo alarmado, coitadinhos dos putos, que vão ficar vesgarolhos.
- Ai que vou já tirar o dito ao menino que ele até já nem sabe a tabuada por causa do Magalhães.
- Ai que desgraça que ele passa horas com o Magalhães ao colo e parece-me que ele já anda sempre a esfregar nos olhos.
- O meu, realmente, dantes não tinha dor de cabeça e, agora queixa-se muito.
- Cá o meu filho não tem desses problemas que ele não liga nenhuma ao Magalhães, joga Playstation até se ir deitar.
a chuva
por mais que nunca toda
caia cai
eu acho que nos devíamos aplaudir mais.
apladir quando gostámos do almoço, quando concordámos com o que se disse, quando ficámos satisfeitos com um gesto, quando o serviço ficou perfeito, sempre que alguém nos fez sorrir....
Os elogios criam pessoas felizes com aquilo que fazem e as pessoas felizes criam mais pessoas felizes.
E, infelizmente somos os primeiros no que toca a criticar mas, muito pouco letrados em elogiar.
Se pensarmos que a questão salarial pouco influencia a nossa motivação no trabalho, comparada com o gosto pelo que fazemos e o reconhecimento que daí advém, então deveríamos mudar de estratégia.
Reconhecer bons trabalhos e elogiar comportamentos deveria ser obrigatório dentro de qualquer instituição e, até em nossa casa. Se na empresa dá frutos ao nível da produtividade; em casa, gera filhos auto-confiantes e com iniciativa.
E não só por parte das chefias.
Quantas vezes dissémos a um colega que admirávamos o trabalho dele, sorrimos só por sorrir, perguntámos como estava, com verdadeira preocupação e interesse?
Pois é, admiramo-nos e indignamo-nos com a antipatia de alguns empregados no atendimento mas, esquecemo-nos de valorizar os bons. Os que contam, os que nos tornaram o dia melhor, os que nos sorriram, os que nos dispenderam minutos de atenção... que vão ser ainda melhores se souberem que são bons naquilo que fazem.
Digo isto porque acho que sou muito reconhecida pelo que faço e porque estou agradecida. E é isso, (repito) só isso, que me traz todos os dias com um sorriso até ao meu local de trabalho. Digo isto porque acho que os maus funcionários não são maus porque não sabem desempenhar as funções mas porque não estão motivados. E às vezes é tão simples.
Basta um aplauso na hora certa.
...quando trabalhamos
a 20 cm do ecrã do computador
e a 30 cm das costas da cadeira
e só estranhamos quando alguém nos avisa ou
quando as costas começam a doer.
yes, we have a problem
imagem da Internet
Criar situações inesperadas. Ver como se resolvem.
Testar meios. Sondar possibilidades.
Hoje vou projectar esforços nulos.
Canalizar energias para cenários irreais.
Provocar acções.
Hoje vou simular, talvez dissimular, inventar e imaginar...
Até chegar ao caos:
um pouco perto mas, suficientemente longe.
E no fim vou limpar o terreno e deixar passar aqueles que pacientemente aguardaram tal concretização.
Vou acenar-lhes.
E vou bater palmas a mim própria, entusiasmadamente, quando acabar.
O maior simulacro jamais realizado no meu ser.
É hoje.
+
é como nos projectas. é como nos calculas. é como nos vês. é como nos queres. é como acreditas. é como apostas. é como me prometes.
e eu gosto de fórmulas.
Fui ontem almoçar a um snack-bar que á habitualmente frequentado por petizes. Aí dos seus 12 aos 16 anos.
Quem estava lá a destoar era eu, admito, mas isso não me impede de achar que os bizarros eram eles.
Primeira constatação:
os putos hoje, são todos iguais. Mesmo. Sapatilhas iguais, mochilas iguais, t-shirts iguais, calças iguais, boxers iguais.... SIM. Porque os putos andavam literalmente com as calças a cair pelo rabo e com os boxers a saltar fora.
Ora, eu não sou conservadora não senhora. Mas, que piada é que aquilo tem?
Segunda constatação:
no meu tempo, que não foi assim ha tanto tempo; os putos só faziam porcaria, sim. Mas vestidos como deve ser. Nada lhes travava as pernas.
Andavam rotos mas de gastarem as calças velhas nas descidas de rua em carro de rolamentos. De subirem às árvores, de cairem de bicicleta, de cairem de moto por não saberem andar, nem terem idade...
Eu sei, eu sei... Os mais velhos falarão ainda melhor dos seus tempos. Que os meus eram isto e aquilo. É compreensível. Cada um identifica-se com os seus. Mas, aqueles putos... aqueles putos que podem usar calças daquelas porque não levantam o cu da cadeira, de jogar computador ou na PlayStation, deviam saber o que é a rua.
A serio.
Andar na rua todo o dia e ninguém ficar alarmado, ser chamado por um berro a hora de jantar: "Ó Luíiiiss Miiiiguel". Ter amigos na rua e não no hi5.
Mas não digo que seja tudo mau, que não sejam cultos. Apreciei conversas bastante interessantes, sim. Adultas. Coisas com que no meu tempo não nos entretíamos a conversar...
Agora... cuecas à mostra, não entendo. Só se tiverem assim uma figura;) :
nesse caso, estejam à vontade :)
PS.: Só mais uma coisa.
Se se sentirem ofendidos não venham para aqui comentar em linguagem XPTO tipo trocar s por x e etc, etc...
Eu cá só percebo português :)
são todos assim...
Vou tentar ser bom marido,
cumpridor.
Mas quero que saibas,
enquanto é tempo,
que em todas as circunstâncias
te troco por um verso.
Miguel Torga
(A Criação do Mundo, V)
uns mais perdoáveis que outros...
imagem da Internet
Li em algum lado, não me lembro onde, que todos os bloggers são inevitavelmente e invariavelmente pessoas infelizes.
... Saberá o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras cantar alguma música que não se chame "A todos um Bom Natal" ?
E mesmo essa, desligando o playback?
Esta é a dúvida que me atormenta este Natal. A questão que me tira o sono.
Estou um tanto ou quanto desiludida com a campanha da Popota este ano. O Modelo poderá ter as melhores intenções, que tem, na promoção da personagem... mas os fins a que se destina já não estarão tão bem salvaguardados. Não que não esteja gira, mas a campanha deixa agora transparecer o lado lucrativo da mascote.
Se não vejamos: deixamos de ter uma popota dentuça, desportiva e simpática para ter uma popota erotizada, envergando roupas sensuais e jóias, num estilo Marilyn Monroe, muito pouco pedagógico. Que valores associados? Consumo. Consumo. Consumo.
E há até um popoto para ajudar à festa.
Vi o anúncio duas ou três vezes.
Se me perguntarem qual é a campanha de solidariedade associada, não sei. E não, não sou distraída. Mas louvo as iniciativas de solidariedade.
(não trabalho na concorrência :) )
... descobri que existe duas categorias de pessoas: as que vencem e as que são vencidas à partida. Os campeões e os coitadinhos. Os que nos orgulham e os que nos apelam à pena. E descobri que cada um se cola com o rótulo que quer.
Transpondo esta teoria para os atletas olímpicos, sobre os quais ainda não me tinha pronunciado: Nelson Évora é um CAMPEÃO nato e, já o era antes destes Jogos. Quem reconhece à partida o seu valor real, tem a tarefa facilitada, mesmo que o resultado fique aquém das espectativas. Era já campeão...
Gaba-se-lhe o mérito, a atitude e a humildade.
Temos GARRA. e orgulho.
O cocooning, como os sociólogos se gostam de referir ao fenómeno crescente do refúgio em casa e diminuição da socialização, está na moda.
Mas já está na moda há algum tempo, talvez décadas... e o futuro não lhe prevê término.
A questão que se coloca é a da conveniência desta situação. Se, por um lado, se torna cómodo para as famílias usufruir de um conjunto de oportunidades sem ter que sair de casa, por outro, aumenta o fosso entre aquilo que assumíamos como espaço público há algum tempo e, o que hoje se podem chamar, os novos espaços públicos.
Mas o que me faz mais confusão é a sensação de vazio que a visão do futuro me provoca.
Se, aumentando o número de serviços ao domicílio ou através da web, criando casas inteligentes com super poderes e fazendo nascer perfis pessoais virtuais, com vidas virtuais, conseguimos aumentar a comodidade familiar - conseguiremos porventura criar crianças mais felizes, saudáveis e sociáveis?
Que será dos parques infantis, dos bancos de jardim, do café da praça?
Que será do Grupo da Pesca, do Rancho Folclórico (que de si já representa um século com um outro nível de socialização - já inexistente), da associação do bairro?
Se toda a gente viver na comodidade do lar, não fará sentido manter espaços de convívio e fomentar a adesão a associações. Sim, posso estar a ser radical... mas já está a rua tão vazia porque não nascem crianças por cá... que ela não fique mais, porque já temos tudo em casa.