Vista daqui, de cima, Viseu parece ainda mais bela. Daqui, por todo o lado vejo pessoas, carros, movimento e vida… As casas antigas em redor da Sé que, aqui, assumem a proporção de casinhas; quase com contornos de presépio vivo; parecem lá ter sido colocadas ao acaso. Teve, quem lá as pôs, o cuidado de deixar passagens, mesmo estreitas, onde os rastos foram decalcando a pedra.
A cidade tem altos e baixos, tem montes e vales – tem a Sé e a baixa comercial…
À volta, um círculo mal desenhado de alcatrão – a estrada da circunvalação – demarca território. Percebo que ninguém se perde em Viseu – todos os caminhos lá vão dar. Há cidade para fora desta “muralha”; talvez um pouco diferente: mais nova, mais moderna, mas um bocado menos histórica e talvez um pouco menos especial.
O balão vai-se afastando e proporciona ao meu campo de visão um zoom out lento e compensador. A dimensão da cidade é agora mais perceptível – perdi pessoas e ruelas, mas ganhei espaço e dimensão. Posso abarcar a cidade, começo a ver montes à volta: talvez a serra do Caramulo e a da Estrela.
Daqui, de cima, quase sugo a essência da cidade de Viriato. Pequena, como está, entra na minha retina e fixa-se como imagem de Polaroid.