Há uma altura (infelizmente para mim é sempre muito tarde) em que chegamos a um ponto e queremos mais.
Há sempre esse ponto e essa altura. E há, depois, a espera.
Sabem, a sensação de que o rebuçado já acabou há muito tempo, de que o arroz já está requentado, de que o bolo já está duro?
É a altura de procurar mais, diferente ou igual mas, melhor.
É certo que quando ainda temos fome, a nossa exigência não é tão rigorosa. Acontece que quando a camisa ainda nos serve e ainda está na moda não temos vontade de a descartar. Acontece que quando a camisa nos assenta, as calças podem estar curtas mas não ligamos muito, os saltos podem estar estragados mas logo arranjamos sem stress, o cabelo pode estar desalinhado mas nem reparamos.... mas, há sempre um ponto.
O ponto é quando a camisa deixa de nos agradar e reparamos sempre que não é só isso.
E é assim comigo agora, no trabalho. Gosto tanto do que faço, gosto tanto dos meus colegas, gosto tanto dos meus chefes mas, reparo agora que isso não me basta todos os dias. E penso que é chegado o momento de pedir mais.
Enfim... porque o mereço e porque não deveria precisar de o pedir.
E, há, agora, a espera.
Esse enorme tédio que é a espera.