Dizes, Maria, que não te perdes por aí...
mas sabes bem...
Dizes que te basta o que tens, mas sentes bem,
... Maria,
que as palavras não são o espelho daquilo que pensas mas,
daquilo que queres que eu pense.
Isto é o PORQUE esperas ansiosamente que dobre a esquina por ti.
Isto é o PORQUE guardas a minha não com os teus dedos firmes,
quando sabes que me vou.
Isto é o PORQUE conservas religiosamente todas as cartas e juras de amor, ...
Sentes, Maria, que não sou teu; quando na verdade, nada o é. Porque as pessoas não pertencem umas às outras...
Não da forma que tu imaginas.
Estou aqui.
E isso, para ti, não
(mas dizes que) basta.
Perdes-te e receias pedir que te achem.
Escondes-te por detrás desse orgulho que te impede, Maria, de ver o que não queres.
Não digas, por isso, que não te perdes...
quando sinto o teu Mundo frágil desmoronar-se em silêncio.
Diz-me antes que te leve ao colo - QUE NÃO ME IMPORTO - até que surja uma outra margem, onde já não tenhas medo de te afogar.