As vezes em que passo por lá, demoro-me sempre a ver as montras.
Ou... a encenar que as vejo, uma vez que não sou de grandes apelos comerciais.
(Coloridos, sim. Ruidosos e confusos quando se misturam uns com os outros.)
Mas gosto bem de lá passar.
Vaguear.
É neste vagar que a percorro sempre distraída.
Há os que se aglomeram em debates no passeio à minha frente.
Falam de futebol os homens, de rotina as mulheres.
Eles alheados, elas preocupadas.
Se por lá passar amanha, não passou a discussão;
que há sempre quem se queixe e há sempre quem se indigne.
De Verão cheira a sardinha, de Inverno a castanha assada.
Mas é este vagar ao passar, que alimenta a alma.
